Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais
1) Por que e em que contexto se iniciam as discussões sobre a “sociedade cível”?
Resposta: Na linguagem política corrente, ele se tornou sinônimo de participação e organização da população civil do país na luta contra o regime militar. Este fato significou a construção de um outro referencial para o imaginário político nacional, fundado na crença de que a sociedade civil deveria se mobilizar e se organizar para alterar o status quo no plano estatal, dominado pelos militares e por um regime não democrático com políticas públicas que privilegiavam o grande capital, considerando apenas as demandas de parcelas das camadas médias e altas da população que alavancavam o processo de acumulação das emergentes indústrias filiais das empresas multinacionais. Este cenário estimulou o surgimento de inúmeras práticas coletivas no interior da sociedade civil, voltadas para a reivindicação de bens, serviços e direitos sociopolíticos, negados pelo regime político vigente.
2) Um dos principais eixos articuladores da sociedade civil na época da ditadura militar foi dado pela noção de autonomia. Explique o que é autonomia e o porquê de sua importância neste período.
Resposta: A autonomia tratava-se de organizar-se independentemente do estado (na maioria das vezes de costas para o mesmo). Na realidade, a autonomia também era um discurso estratégico para evitar alianças consideradas espúrias, para que o perfil de certos grupos da sociedade civil fosse configurado segundo alguns princípios, para que não houvesse reprodução de práticas autoritárias estatais e nem práticas consideradas como superadas, como as baseadas no centralismo democrático das correntes de esquerda mais radicais ou mais tradicionais. A autonomia foi importante neste período porque atuou como eixo estruturante dos movimentos sociais populares urbanos reivindicatórios de bens e serviços públicos e por terra e moradia, assim como