EMPODERAMENTO E DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
Categoria: Políticas Públicas
Atualmente, quem de fato manda na maior parte dos lares do Brasil, o marido ou a esposa? Quem de fato manda no país? Estas perguntas introdutórias já nos permitem falar sobre a ideia de “empoderamento”, que é o estar-se revestido de poder (após tomá-lo de quem o detinha antes).
Os noticiários mostram que em diversos países do mundo há protestos, conflitos armados ou pacíficos, e agora até o Brasil vive um momento intenso como poucas vezes já visto em nossa história, de protestos populares que estão sacudindo o país.
Ora, o conflito é algo inerente à sociedade humana, assim como o exercício do poder é também intrínseco ao homem, como demonstra Michel Foucault ao longo de sua obra e como mostrou também Thomas Hobbes quando falou do “estado de natureza” e da ideia do “homem lobo do homem” em seu famoso livro “O Leviatã”. Assim, o viver em sociedade exige uma permanente negociação social, já que parece não existir harmonia natural e sim acordos de convivência, tanto formais como informais.
Pois bem, neste artigo quero discutir um texto muito interessante de Maria da Glória Gohn. O texto a que me refiro é “Empoderamento e Participação da Comunidade em Políticas Sociais”.
A ideia de que a política nos Estados Modernos precisa se dar por “acordos e negociações” consagra a concepção gerencialista, nos remete ao modelo NPM (“New Public Management”. Entretanto, Glória Gohn não deixa de pôr em evidência que dentro das negociações políticas a sociedade não pode ter papel de subserviência.
O texto de Glória Gohn se inicia com uma abordagem epistemológica sobre a ideia de poder, e o faz discutindo o conceito de “empoderamento’ (empowerment), o qual ela explica como sendo a “noção de poder sobre, de controle sobre os outros”, onde ocorre “a inversão da situação de poder existente”.
Gohn, porém, explica a primeira contradição que surge com essa ideia de “empoderametno’, que é a