Empedocles
A filosofia está visceralmente ligada a seu passado. A rigor não existe Filosofia como um sistema de idéias prontas que serve para as pessoas integrarem-se à sociedade, orientarem suas vidas ou para auto-ajuda. Ela precisa ser compreendida como um diálogo crítico com o seu passado no qual as grandes questões que os filósofos se perguntaram são constantemente retomadas; é por essa razão que para a Filosofia, muitas vezes, não importa tanto a resposta, mas muito mais a pergunta que se faz. Se isto, por um lado, representa uma dificuldade para a Filosofia, por outro, em certa medida, constitui-se no principal fator que a diferencia das outras formas de conhecimento como a arte, a religião, o senso comum; diferencia-se inclusive, do ponto de vista metodológico, dentro da própria área de ciências humanas e é bem diferente em relação ao que as ciências exatas propõem.
CONTRAPOSIÇÕES ENTRE KANT E HEGEL
Duas teses, aparentemente contrárias, aprender/ensinar Filosofia ou aprender/ensinar a filosofar, acompanham a história da Filosofia desde seu nascimento. No entanto, é na contraposição do pensamento de Kant e Hegel que estas teses passaram a ter um delineamento mais definido e, por conseguinte, tornaram-se campos de argumentação opostos e de disputa acadêmica acirrada.
Kant defende a tese de que se deve ensinar a filosofar e Hegel defende a tese oposta de que se deve ensinar os conteúdos da história da Filosofia. Estas posições estão alicerçadas em pressupostos filosóficos que ambos construíram a partir de suas práticas como pensadores e professores de Filosofia. Kant tomou como princípio que não se deve aprender pensamentos, conteúdos, mas aprender a pensar. Há neste entendimento uma influência clara e evidente de Rousseau e do pensamento pedagógico de sua época.
O princípio fundamental da pedagogia kantiana está relacionado à palavra aufklärung1 que significa esclarecimento: