Emigração
A emigração
No início do século XX e até 1914, o fluxo emigratório essencialmente para o Brasil era muito grande, apresentando um registo de 195 000 emigrantes só de 1911 a 1913. Nos anos seguintes, em consequência das duas guerras mundiais e da grave crise económica dos anos 30, a emigração sofre novo decréscimo. É precisamente entre os anos 30 e meados dos anos 40 que se regista o menor volume de emigrantes: 7 000 saídas anuais no período 1939/1945; foi o fim da fase transoceânica que caracterizou a primeira metade do século XX, com predomínio da emigração para o continente americano e em especial para o Brasil, mas logo a seguir, com 26 000 saídas anuais entre 1946 e 1955, inicia-se uma nova fase que decorrerá até meados dos anos 70.
Evolução do fenómeno migratório em Portugal, 1900/2003
Evolução do fenómeno migratório em Portugal, 1900/2003
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A Europa procura recompor-se dos danos causados pela guerra, com o apoio financeiro dos Estados Unidos, através do Plano Marshall. Com a formação do Mercado Comum, atingem-se níveis elevados de crescimento económico, sendo as necessidades de mão-de-obra colmatadas com o recrutamento de trabalhadores nos países do Sul da Europa: entre 1958 e 1973 foram emitidas 8 milhões de autorizações de trabalho. É nesse período que se registam os valores mais elevados de emigração em Portugal: entre 1960 e 1974 terão emigrado mais de 1,5 milhão de portugueses, ou seja, uma média de 100 000 saídas anuais, que só a crise petrolífera de 1973 e consequente recessão económica veio travar.
Emigrantes segundo o tipo de emigração, 1992/2003
Emigrantes segundo o tipo de emigração, 1992/2003
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Até então, o movimento emigratório assume proporções alarmantes, pois aos números oficiais há que acrescentar o grande volume de saídas clandestinas. O máximo de emigrantes legais registou-se em 1966 (120 000), mas o record de saídas foi alcançado em 1970 (173 300