Elementos Textuais

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1 INTRODUÇÃO

O direito processual tem sua essência instrumental, sendo seu objetivo compor as lides, coibir a autotutela do particular e ser resposta à necessidade de normas que contribuam para a pacificação do convívio social, garantindo a aplicação da justiça e dando a cada um o que lhe é devido.
Por ser instrumento, o processo tem que ser o mais econômico, simples e célere possível, não devendo as formas processuais ser um objetivo em si mesmo, mas um instrumento para se alcançar o objetivo final da lei, que é o direito material.
Nesse contexto é que se encontra o tema de nulidades, para o qual se voltará o presente trabalho.
Pretende-se discutir o sistema de invalidades processuais no Brasil, abordando a lógica do aproveitamento dos atos processuais defeituosos (aqueles produzidos em contrariedade aos requisitos legais) que os artigos 243 a 250 do
Código contemplam, tendo sido feitos para que sempre que possível, os atos defeituosos não tivessem a invalidade decretada, pelo contrário, fossem convalidados, refeitos, convertidos, ou tivessem seus defeitos ignorados.
Dará uma abordagem especial ao regramento exposto pelo art. 249 do CPC, em busca de uma maior aplicação do princípio da instrumentalidade das formas, do princípio do prejuízo, e o princípio do aproveitamento dos atos defeituosos no
Direito Processual Civil brasileiro, explicitando que, por mais grave que seja o defeito processual, ele sempre poderá ser corrigido, não devendo ser decretada a invalidade sem que o prejuízo seja provado, devendo o defeito processual ser ignorado quando o mérito puder ser definido a favor de quem a nulidade aproveitaria. Apesar da evidente lógica que rege o sistema de invalidades e da sua presença ser remota em nosso ordenamento jurídico, muito ainda há de se discutir e se pontuar sobre ele, principalmente na seara processual, tanto do ponto de vista teórico, quanto prático, conforme veremos no decorrer do trabalho. Por entender que os fatos jurídicos só podem ser