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Introdução
A presente monografia tem como fundamento uma pesquisa que esteve assentada na temática das relações de poder e o controle como componentes disciplinares na Educação Infantil. A priori o projeto de pesquisa dispensou hipóteses porque trabalhei a partir de pressupostos fenomenológicos1, cuja concepção sobre a produção de conhecimento escapa às fronteiras disciplinares rígidas dos métodos científicos hegemônicos e sustenta uma metodologia que corrobora a investigação direta e questionadora de quem pesquisa e ao mesmo tempo experimenta os processos sociais. Neste contexto faz-se necessário trazer as identidades sociais de quem se pronuncia e do tempo/espaço de onde esta pessoa se coloca e com quem dialoga.
Percorrer o caminho de volta e andar pelas vias das memórias de vida deixando que as palavras façam a reconstituição de alguns percursos, onde a narrativa é a forma metodológica e de abordagem de um conteúdo, mas também de uma prática não é tarefa fácil. No entanto, ao acreditar que nos discursos de professores se forma uma intrincada rede de significações sobre as teorias e práticas educativas, isto abre possibilidades de tecer um trabalho acadêmico que pode além de trazer contribuições para o campo da Educação, ainda possuir um aspecto metodológico que como conhecimento entrelaça a realização pessoal e as subjetividades. Nesse sentido, Lia Scholze (2007, p. 139) descreve a escrita “como uma das experiências subjetivas, mais intensas, nos permite representar a vida e através da possibilidade de contar, da criação narrativa, interrogar as ações, por sua propriedade de contar a vida dando-lhe um sentido”.
Nesse sentido, o objetivo geral desta monografia é discutir sobre os conceitos de disciplina, controle e relações de poder na educação infantil como forma de assujeitamento das infâncias. Ainda pretende investigar os processos de construção de conhecimento a partir de uma pedagogia construtivista (no sentido problematizadora de Paulo Freire)