Elemento de tertúlia
“Entre nós tudo é inconsciente, provisório, não dura. Não havia ali nada que lembrasse esse passado. As casas velhas, com grandes janelas, quase quadradas, e vidraças de pequenos vidros eram de há bem poucos anos, menos de cinqüenta. (...)Os dous saíram tristes. Quaresma vinha desanimado. Como é que o povo não guardava as tradições de trinta anos passados? Com que rapidez morriam assim na sua lembrança os seus folgares e as suas canções? Era bem um sinal de fraqueza, uma demonstração de inferioridade diante daqueles povos tenazes que os guardam durante séculos! Tornava-se preciso reagir, desenvolver o culto das tradições, mantê-las sempre vivazes nas memórias e nos costumes...” (Cap.I primeira parte)
A não preocupação com o passado brasileiro se faz presente tanto no momento histórico retratado na obra como nos dias atuais. Quando Quaresma e Albernaz procuram alguém para cantar músicas brasileiras para a festa de aniversário da praça do general, no caminho, o protagonista percebe o desinteresse geral em conservar a memória história brasileira, ao passarem pelo lugar em que o rei João VI passou, sem ter uma referência que indique tal fato. Ao chegar à casa da velha, o descontentamento se torna maior ao perceberem que a velha esquecera das tradições de 30 anos atrás. Atualmente, acontece algo semelhante: de maneira geral a população não se preocupa com a história da cidade em que habita, dos costumes, brincadeiras e canções de seus bisavós e avós.
Casamento interesseiro da burguesia
Na época em que a obra foi escrita, final do século XIX, predominou-se o pensamento que a mulher deveria obrigatoriamente casar. A mulher solteira não era aceita na sociedade e não possuía moral diante da mesma. Devido a tal pensamento é que Ismênia, ao ser abandonada por Calvacânti, tem a obcessão por casamento. E não conseguindo casar-se, a segunda filha de Albenaz desfigura-se, adoece-se e morre (vestida de noiva), com o desejo ardente de casar. Atualmente