Elegia

440 palavras 2 páginas
Elegia

Neste poema, Drummond volta a falar de um "mundo caduco", da existência de uma "grande máquina", sobre caminhar "entre os mortos", e usa a segunda pessoa do singular como se estivesse falando consigo mesmo: "A literatura estragou tuas melhores horas de amor", e sentencia de modo inusitado: "Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição / porque não podes sozinho dinamitar a ilha de Manhattan.". Esta ilha, referência à cidade de Nova Iorque, símbolo de um capitalismo tão injusto.

Embora o sistema do mundo não ofereça nenhum exemplo, nada que verdadeiramente valha a pena, o homem é o maior construtor desse mundo, para o qual trabalha e, em consequência indireta, sente calor, frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual, o que denota sua incoerência ou tamanha cegueira, pois, pergunta-se: por que se ocupar com trabalhos que nada lhe oferecem mas, ao contrário, lhe privam de verdadeiramente viver? por que contribuir para um sistema que dá mais importância ao capital? Por que se conformar em fazer o que todos fazem (gestos universais) se, mesmo dedicado (cegamente dedicado), não se ganha nada em troca? São questões levantadas pelo poema, cuja atualidade nos espanta. Ou não?
O poema se compõe de vinte versos, divididos em cinco estrofes de quatro versos cada, não há presença de versos simétricos.

Com exceção da segunda estrofe, todas as outras possuem uma situação constante: o primeiro verso de cada estrofe são mais curtos que o ultimo, criando assim uma oposição métrica.

Quanto à dimensão semântica, o poema começa com um verso que só será complementado na última estrofe.
Quanto à acentuação, não há nenhum ponto constante, sendo assim, não causando nenhuma oposição interna nas estrofes.

"Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo

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