EJA MUDAN AS E PERMAN NCIAS
Durante o período compreendido entre a década de 30 e o golpe militar de 1964 esteve muito presente no Brasil uma concepção de educação marcada pela tentativa de inserção política dos educandos. As décadas de 1930 e 1940 configuram-se pela efetivação de políticas públicas para a educação no Brasil. É na constituição de 1934, durante o período do governo de Getúlio Vargas, que a educação passa ser entendida como um verdadeiro direito de “todos” e dever do estado. A constituição propõe um Plano Nacional de Educação, fixado, coordenado e fiscalizado pelo governo federal, determinando de maneira clara as esferas de competência da União, Estados e Municípios em matéria de educação (HADDAD, 2000). A visão do analfabetismo como chaga que impossibilita o almejado crescimento do país deu lugar à idéia de que a educação deve assumir um caráter mais libertador, oferecendo ao educando ferramentas para refletir sobre a sociedade na qual está inserido. É num contexto de crescimento da indústria nacional, aumento das desigualdades e insatisfação das classes menos favorecidas que se coloca esta educação politizada. Tal proposta assume a missão de resgatar e valorizar o saber popular e dela emergem características como: (a) exigência de um tratamento específico dos planos pedagógicos, definindo-se um espaço próprio para a educação de adultos em contraposição às concepções anteriores de um adulto não-escolarizado visto como um imaturo e ignorante, e (b) exercício do direto ao acesso aos conhecimentos universais, numa tentativa de democratização da educação. Com o golpe militar de 1964 experimentou-se o país uma ruptura com os ideais de educação das duas décadas anteriores, que passaram a representar uma ameaça ao regime totalitário e ditatorial. Prevalece a partir daí uma educação de caráter assistencialista que surge como resposta aos marginalizados do sistema escolar. Tinha como objetivo livrar o país, de forma rápida, do analfabetismo visto como uma