egito
Autoridades Egípcias confiscaram todas as cópias de um dos maiores jornais privado do país. Tentativas de censura da imprensa são comuns em regimes ditatórias, e uma ação como essa seria esperada do ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, no entanto, ela foi promovida no dia primeiro de outubro pelo mais novo presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, três anos após a Primavera Árabe que clamava por regimes democráticos.
A Primavera Árabe trouxe instabilidade política para vários países onde ditadores foram obrigados a sair do poder e outros ainda foram assassinados. Esse fenômeno suscitou questões acerca do futuro de países como Tunísia, Egito, Líbia e Síria incluindo a possibilidade de regimes democráticos serem instaurados na região.
Um dos discursos que mais ganhou espaço foi o de que esses países não estavam prontos para a democracia, pois não tem experiência com esse regime e portanto não sabem se comportar dentro desse modelo. Esse discurso também está carregado de preconceitos e falácias, afirmando que o Islã está inclinado para o uso da violência, intolerância e pautado por valores autoritários.
O discurso de não estarem prontos para a democracia aponta que é necessário uma maior classe média, e que por enquanto o melhor para essas regiões é um líder forte capaz de melhorar as condições da população e desenvolver o país.
Por trás desse discurso errôneo está o preconceito cultural baseado entre outras coisas em trabalhos acadêmicos como “O Choque de Civilizações” de Huntington, que procura dar um enfoque civilizacional para compreender a política mundial. Contudo, regimes democráticos foram viáveis em países com uma abrangente gama cultural, além dos países com tradição protestante, países com grande influencia católica como o Brasil, e outros com tradições e história diferentes como a Turquia, o Japão e a África do Sul também adotaram esse regime.
A disseminação de regimes democráticos pelo mundo mostra que a democracia