Efeitos culturais da globalização
O impacto cultural da globalização foi alvo de muita atenção. Imagens, ideias, produtos e estilos disseminam-se hoje em dia pelo mundo inteiro de uma forma muito mais rápida. O comércio, as novas tecnologias de informação, os meios de comunicação internacionais e a migração global provocaram um fluxo, sem restrições, de cultura que transpõe as fronteiras das diferentes nações. Muitas pessoas defendem que vivemos hoje numa única ordem de informação uma gigantesca rede mundial, onde a informação é partilhada rapidamente, em grande quantidade e por muitas pessoas.
Não podemos pensar que perpetuamos a nossa identidade cultural se colocarmos barreiras contra as influências estrangeiras. Bem pelo contrário. “Não se pode ser diferente sozinho. É a livre circulação das obras e dos talentos que permite a perpetuação das culturas pelo ato da renovação.” (Revel,2002,134) A globalização não uniformiza, diversifica. A reclusão esgota a inspiração
A globalização é, claramente, um processo ainda incompleto. Muitas nações ainda não aderiram à tendência globalizadora, mas sem dúvida, o número de adeptos tem aumentado de maneira animadora, atingindo países, até há pouco tempo improváveis, como a Índia e a China. Em toda a sua complexidade, a globalização desperta os sentimentos e as paixões mais variados. É capaz de dividir opiniões e recrutar um número tão grande de simpatizantes quanto de adversários. Deixados os sentimentos de lado, a realidade é que os fatos comprovam o sucesso da globalização. “Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo”. Quem não ouviu, no mínimo, uma destas expressões nos últimos anos? A globalização é um chavão de nosso tempo, uma discussão que está na moda, onde opiniões fatalistas conflitam com afirmações críticas, e o temor de uma homogeneização está no centro do debate. Suposições de uma sociedade mundial, de uma paz mundial ou, simplesmente, de uma economia mundial, surgem