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Minhocultura e produção de húmus para a agricultura familiar
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1. Introdução
Os agricultores sempre foram ótimos observadores da natureza e desde muito tempo aprenderam a diferenciar, à sua maneira, os solos pobres dos solos férteis. Um dos principais elementos que ajudava nessa diferenciação era a presença de minhocas: sua existência nas áreas de cultivo era geralmente associada às melhores produções. Infelizmente, as modernas técnicas intensivas de preparo e manejo do solo promoveram a degradação das terras, reduzindo seus teores de matéria orgânica e, conseqüentemente, a população de minhocas nos campos.
Pelotas, RS
Dezembro,
2006
Autores
Gustavo Schiedeck
Eng. Agrôn., Dr.,
Embrapa Clima Temperado,
Cx. Postal 403, 96001-970,
Pelotas, RS
Márcio de Medeiros
Gonçalves
Eng. Agrôn., M.Sc.,
Embrapa Clima Temperado,
Cx. Postal 403, 96001-970,
Pelotas, RS
José Ernani Schwengber
Eng. Agrôn., Dr., Embrapa
Clima Temperado, CP 403,
96001-970, Pelotas, RS
Com o desgaste do atual modelo de produção agrícola apoiado no uso intensivo de insumos externos às propriedades rurais, surgiu a necessidade de uma nova forma de fazer agricultura, baseada em práticas que, além de técnica e economicamente viáveis, sejam adequadas do ponto de vista ambiental e incentivadoras da autonomia dos agricultores.
Dentro deste contexto, a Agroecologia impulsionou a produção de adubos orgânicos de qualidade e as minhocas passaram a ser novamente reconhecidas como parte fundamental no processo de reciclagem dos nutrientes nas propriedades rurais, em especial aquelas que trabalham com a integração entre plantas e animais.
Há uma série de benefícios em produzir e utilizar o húmus de minhoca ou vermicomposto. De uma forma geral, é possível fazer húmus de qualquer material que se decomponha; logo, qualquer resíduo orgânico disponível e não aproveitado na propriedade rural pode ser utilizado. O húmus de minhoca, que nada mais é do