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Essas variações podem ser de natureza fonética, morfológica, sintáctica ou outra. As formas diferentes utilizadas para designar a mesma realidade estão em oposição. Existe uma relação de oposição entre dois fonemas ou duas palavras usadas em alternativa num local ou noutro, por uma pessoa ou outra, etc.
Existe variação fonética quando a mesma palavra é pronunciada de forma diferente, por exemplo, quando os falantes de uma região pronunciam /baca/ por vaca, trocando o fonema /v/ por /b/. Nesta variação, o fonema /b/ está em oposição ao fonema /v/. Como é sabido, a pronúncia das palavras no Brasil é diferente da das mesmas palavras em Portugal, o que constitui uma variação de natureza fonética (por exemplo, qual pronuncia-se no Brasil /quau/).
Existe variação morfológica quando varia a forma de uma palavra ou o seu género ou a sua flexão, etc. Por exemplo, no plural, as palavras aldeão e Verão têm as formas aldeãos e verãos em oposição a aldeões e Verões. A marca do plural em -ãos está em oposição à marca em -ões.
Existe variação sintáctica quando varia a construção frásica ou a regência de um verbo ou a concordância, etc. Por exemplo, a construção estou a pensar é substituída no Brasil por estou pensando. Um outro exemplo é o do emprego dos pronomes: em Portugal, numa oração absoluta afirmativa o pronome segue o verbo (posição enclítica), enquanto no falar espontâneo no Brasil o precede (posição proclítica): «Ele vê-se ao espelho.» em oposição a «Ele se vê...».
Existe variação semântica quando uma mesma palavra é utilizada com significados totalmente diferentes, como, por exemplo, a palavra camisola que em Portugal é utilizada para designar uma peça de vestuário que se usa em vez da camisa ou por cima ou por baixo da camisa, ou com uns calções como equipamento desportivo (as