Educação a lógica da língua

A Lógica da Língua

Buscar uma definição para as línguas e suas manifestações requer uma leitura que se “desmistifique” da idéia de que o lógico é o elemento determinante na caracterização bem como classificação das expressões lingüísticas, ou seja, há de se negar o pensamento de que a língua seja a tradução fiel do raciocínio. Assim, partindo do pressuposto de que a língua é a expressão do pensamento, postulou-se que esta, enquanto literária e culta, devia ser configurada sob uma concepção lógica, surgiram, então, várias tentativas de se criar uma gramática de alcance universal, embasada na idéias de que o pensamento se governa pelas mesmas leis em todos os homens. Surge então a figura da gramática lógica que tratava de “ditar” as diretrizes a serem seguidas pelas outras variações lingüísticas. Aqui, despreza-se o pensamento filosófico que prega o caráter complexo e variável da linguagem. Consideram-se as línguas como produtos históricos e sociais e está sujeita a influencia de vários elementos que podem interferir significativamente em seu plano semântico, um bom exemplo ocorre quando uma expressão, uma metáfora sofre um processo chamado de braquiologia, de modo que se torna impossível analisar racionalmente o seu conteúdo sem, contudo, perder seu valor significativo. Observam-se, nesse caso, os modismos que consistem em frases feitas, inexplicáveis do ponto de vista lógico, mas compreensivos: “Não sei por que cargas d’agua, fulano resolveu ficar em casa hoje”. Tais frases possuem uma carga significativa que varia de região para região; comumente percebe-se que se trata de algumas etimologias populares que fornecem novos sentidos o termos diversos. No Sul de Minas frase, “Beltrano encardiu o joelho e não quis aceitar”. Encardiu o joelho é “fazer pé firme”, “obstinar-se”, “recusar teimosamente”. Observa-se que são vários os elementos caracterizados da formação dos modismos que se alternam entre o alógico (não tem lógica) e o ilógico (vai contra uma lógica)