Educação não formal e Cultural Política
GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e Cultural Política. São Paulo. Editora Cortez, 2005 (capítulo III).
Maria da Glória Gohn nasceu em São Bento do Sapucaí, São Paulo, em 1947. Graduou-se em ciências sociais e políticas pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1970), concluindo mestrado em sociologia (1979) e doutorado em ciência política (1983) pela Universidade de São Paulo.Fez pós-doutorado em sociologia na New School of University, New York, entre 1996-1997. É coordenadora do GEMDEC (Núcleo de Estudos sobre Movimentos Sociais, Educação e Cidadania). É professora titular na Faculdade de Educação da Unicamp, onde ingressou em 1988. É autora de vários artigos em revistas, capítulos em livros e 11 livros.
Até os anos 80, a educação não formal foi um campo de menor importância no Brasil, tanto nas políticas públicas quanto entre os educadores. todas as atenções sempre estiveram concentradas na educação formal. Em alguns momentos, algumas luzes foram lançadas sobre a educação não formal, mas ela era vista como extensão da educação formal. Nos anos 70, por exemplo, Coombs e Ahmed definiram-na como "uma atividade educacional organizada e sistemática". Na maioria das vezes, entretanto, tratavam de campanhas ou programas de alfabetização de adultos. Genericamente, a educação não formal era vista como o conjunto de processos delineados para alcançar a participação de indivíduos e de grupos em áreas denominadas extensão rural, animação comunitária, treinamento vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar, etc. Os conteúdos a serem adquiridos na aprendizagem via educação não formal, propostos por Coomb e Ahamed, incluíam atitudes positivas em relação a cooperação na família, no trabalho, comunidade, colaboração para o crescimento nacional, progresso, etc.
O grande destaque que a educação não formal passou a ter nos anos 90 decorre das mudanças na economia, na sociedade e no mundo do trabalho. Passou-se a valorizar os