Educação infantil na complexidade do real
Quando a criança brinca, há um momento cíclico de repetição dos mesmos gestos, das mesmas cantilenas ou do mesmo refrão, de onde se extrai o inesperado e o imprevisível: o convite a uma criança para sair da roda, ou para exprimir um desejo, de ainda realizar uma tarefa em destinos que se sabem certos, mas nunca a quem são atribuídos, reside o encanto da brincadeira. A educação infantil talvez esteja presa aos modelos que confortam as práticas cotidianas, que estabelecem rotinas e não costume ver e escutar de forma atenta os gestos das crianças e o modo como elas interpretam o que fazer o que sentem e o que dizem. As propostas teóricas e pedagógicas que se fundam em um sistema articulado de crenças sobre uma criança é de difícil compreensão, pois, uma parte importante da educação infantil ignora a realidade concreta das crianças, ou pior, a mercadorização da sociedade faz das escolas um conjunto de empresas, que se propõe a vender o projeto político pedagógico, ou seja, os materiais de apoio, que na realidade não traduzem ou não trazem ao professor de educação infantil as dinâmicas educativas relevantes. Vale ressaltar que toda a ação educativa com crianças é e sempre será realizada por profissionais que também foram crianças, porém, crianças em outras circunstâncias históricas em outras condições sociais. Nos dias de hoje os traços que definem a condição social da existência humana na sociedade é designada pelo modelo social econômico do capitalismo avançado, é caracterizada por um fortíssimo agravamento das desigualdades sociais. Ao mesmo tempo, a economia competitiva expande-se o modo predatório sobre os recursos naturais como conseqüência disso o esgotamento de recursos básicos (água). O individualismo constitui um quadro histórico entre o vencedor, que tem elevado desempenho social a partir das qualidades que lhe são atribuídas, e o perdedor que é o incapaz, que na verdade é a vítima de