Educação Finlandia
Analisando a obra, de forma geral, nota-se que o autor analisa a ciência, sua conceituação no decorrer da história, e como, na sua forma “original” tende a falir, devendo ser substituída por um novo modelo científico. Esta foi, e continuaria sendo, inflexível às verdadeiras necessidades humanas, possuindo uma única forma de buscar o conhecimento, a “verdade”, sendo demasiadamente autoritária e inflexível ao senso comum e às outras áreas de conhecimento.
Tal “paradigma dominante” tende a sofrer uma crise, segundo Boaventura. Este a ilustra através da teoria da relatividade, de Einstein, da física quântica, o rigor matemático e a “quebra” do modelo mecanicista, mostrando como tais teorias revolucionaram a forma de pensar através da ciência.
Pautada pelas condições teóricas e sociais que acabei de referir, a crise do paradigma da ciência moderna não constitui um pântano cinzento de cepticismo ou de irracionalismo. É antes o retrato de uma família intelectual numerosa e instável, mas também criativa e fascinante, no momento de se despedir, com alguma dor, dos lugares conceituais, teóricos e epistemológicos, ancestrais e íntimos, mas não mais convincentes e securizantes, uma despedida em busca de uma vida melhor a caminho doutras paragens onde o optimismo seja mais fundado e a racionalidade mais plural e onde finalmente o conhecimento volte a ser uma aventura encantada.
Ao final, o autor propõe um “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente”. O demonstra através de quatro condições que alimentam a ciência que deverá surgir: 1. Todo o conhecimento científico-natural é científico social: O novo paradigma deve romper com a dicotomia ciencias naturais/ciencias sociais, buscando uma valorização dos estudos humanísticos. 2. Todo conhecimento é local e total: A especialização do conhecimento, como única fonte de estudo não é uma boa escolha, e como