Educação em saude
A literatura psicológica e médica está repleta de evidências indicando fatores emocionais e disrupções emocionais como contribuintes primários de acidentes de doenças debilitantes. Charcot e Freud demonstraram a inegável importância dos fatores psicológicos no desenvolvimento das doenças.
O funcionamento psicológico geral e cada um de seus componentes devem ser considerados como aspectos de um processo dinâmico, interativo e progressivo de adaptação de um indivíduo aos processos fisiológicos internos e à realidade exterior.
O processo utilizado pelo indivíduo para lidar com os conflitos e para criar um estado de equilíbrio, satisfazendo as pressões internas e externas é denominado ajustamento. Esse ajustamento psicológico pode proporcionar o uso dos recursos de determinado indivíduo para a reabilitação de uma incapacidade física; ou, quando há má-adaptação, será um fundamental fator contributivo para a incapacidade.
Tudo o que uma mente desorganizada considera como ajustamento apropriado, a sociedade considera mal-adaptativo. Muitos dos modos que nós ajustamos às nossas necessidades são mal-adaptativos. Para uma pessoa que tem a capacidade de aprender a andar, a escolha de passar sua vida numa cadeira de rodas seria considerado um ajustamento mal-adaptativo. Impedir esse tipo de ajustamento no paciente é a meta do fisioterapeuta, que intervém mais no período pós-traumático, pois neste momento o impacto psicológico do trauma assume importância no funcionamento do paciente.
A maioria dos aspectos psicológicos do funcionamento — as defesas e as reações emocionais dos períodos pré-traumático, traumático e pós-traumático — interage para que sejam criadas as percepções, temores, ansiedades e comportamentos com os quais o fisioterapeuta tem que lidar.
Não podemos separar o corpo físico do restante do indivíduo e esperar que o tratamento tenha êxito. Pois, o fisioterapeuta não pode lidar com a parte anatômica que se perdeu