EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTO- EJA
No Rio Grande do Sul, 23,4% dos estudantes de EJA são adolescentes, contra uma média nacional de 14,7%. Cinco anos antes, a situação era de equilíbrio. Como o acesso ao Ensino Médio da modalidade é restrito aos maiores de idade, os adolescentes estão concentrados nas turmas de Ensino Fundamental, nas quais se tornaram dominantes. Assim, podem completar as séries em metade do tempo normal.
Não é uma situação isenta de controvérsias. Em 2008, a Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional da Educação (CNE) aprovou, por unanimidade, um parecer que elevava de 15 para 18 anos a idade mínima para se matricular no EJA. Em meio à polêmica, o Ministério da Educação decidiu não homologar a resolução. Permaneceu tudo igual.
Há alunos que esperam apenas o aniversário de 15 anos para trocar a turma seriada pela do EJA, em muitos casos no mesmo estabelecimento de ensino. Rosaura Rodrigues, coordenadora pedagógica do EJA da escola Universitário, notou uma explosão dessa tendência nos últimos cinco anos:
— Eles querem entrar no mercado de trabalho e percebem que, sem diploma, não vão conseguir. Como foram reprovados na escola e perderam tempo, procuram uma modalidade mais rápida.
A ânsia de recuperar o tempo perdido foi o que motivou Fabíola Staudt da Silva, 15 anos, a optar pelo supletivo. Em 2010, ela foi reprovada na 8ª série em uma escola estadual de Estância Velha. Em 2011, a família transferiu-a para um colégio particular. No meio do ano, veio uma mudança para Dois Irmãos, e Fabíola teve de trocar de escola outra vez. A mãe,