educação brasileira
No momento em que a educação brasileira popularizou-se, nas ultimas décadas, ocorreu um movimento que acontece em todo o mundo: quando os pobres chegam a um espaço, os ricos fogem deles. Nossa elite abandonou os até então excelentes colégios públicos e matriculou seus filhos em escolas privadas. A elite brasileira só convive com a educação pública para seus filhos no nível universitário. O resultado é que, enquanto as universidades públicas decodificam o genoma, as escolas básicas produzem ignorância e analfabetismo (pesquisas mostram que menos de 10% do contingente dos alunos brasileiros que ingressam na escola concluem um curso superior). Nossas escolas estão sempre na ponta em estudos internacionais sobre qualidade de ensino; infelizmente, na ponta de baixo. Ficamos em último lugar no ensino de matemática, penúltimo em ciências e lá atrás também em leitura, segundo o teste PISA 2008.
A melhor maneira de ampliarmos nosso sistema educacional em todos os níveis é melhorando sua qualidade, especialmente nas primeiras séries. Não se trata, portanto de inventar saídas, mas de adaptá-las as condições locais. A resposta para isso não é pedagógica, e sim política. Falta no desenho da política pública, a preocupação com o incentivo ao resultado. A virtude não cai do céu, é preciso buscá-la. E estamos em um momento crítico, pois o resto do mundo está em longos passos se movendo em direção à digitalização do saber, e a entrada na sociedade do conhecimento.