I-INTRODUÇÃO A partir do momento que a Revolução Industrial transformou o urbano como o modo de vida dominante, disseminando pelos paises o ideal da escolarização elementar das massas, foi tomado como indicadores importantes da condição de desenvolvimento socioeconômico das nações a taxa de analfabetismo. Organizações internacionais consideram esses índices como referência para comparar o desempenho de países com diferentes tradições culturais, determinando, com base nele, metas para a promoção do desenvolvimento e a cooperação entre as nações (World Education Forum, 2000 apud RIBEIRO, V. M. et al 2002). Desde o final do século XIX contamos com estatísticas oficiais sobre o analfabetismo no Brasil. De acordo com Ferraro apud RIBEIRO, V. M. et al (2002) este é o indicador mais antigo e constante de que dispomos para analisar a história da instrução elementar em nosso país. Desde então, o método utilizado para conhecer os índices de analfabetismo baseia-se na auto-avaliação da população recenseada sobre sua capacidade de ler e escrever. Apesar de algumas variações quanto à forma de indagar os respondentes a esse respeito, a série de levantamentos de que se dispõe permite identificar que, ao longo do século XX, as taxas de analfabetismo entre os brasileiros com 15 anos ou mais vieram decrescendo lentamente. A definição sobre o que é analfabetismo, no entanto, vem sofrendo alterações importantes ao longo das últimas décadas, A definição de alfabetização pela UNESCO em 1958, fazia referência à capacidade que uma pessoa tinha em ler compreensivamente ou escrever um enunciado simples que era relacionado à sua vida diária. Porém, vinte anos depois, a própria Unesco sugeriu outra definição, qualificando a alfabetização de funcional quando suficiente para que os indivíduos possam inserir-se adequadamente em seu contexto social, sendo capazes de realizar tarefas em que a leitura, a escrita e o cálculo são demandados para seu próprio desenvolvimento e para o