educaçao fisica competitiva
A chegada de grandes indústrias promoveu uma separação ainda mais intensa entre ricos e pobres no país, a desigualdade social ficou maior e, por consequência, os conflitos de classe se tornaram cada vez mais intensos e violentos, culminando no golpe de 1964, quando os militares, que tinham bom respaldo social e apoio das elites econômicas, assumiram definitivamente o controle do país, calando com tortura e morte todos aqueles que se opusessem ao seu regime.
Neste cenário, coube à educação física o papel de colaborar, por meio de seu caráter lúdico esportivo, com o esvaziamento de qualquer tentativa de rearticulação política do movimento estudantil no contexto universitário (CASTELHANI FILHO, 1988).
A influência do esporte na educação física passou a ter tal magnitude que ela se tornou submissa ao esporte, colocando outras praticas corporais em segundo plano, caracterizando as aulas em âmbito escolar como um prolongamento da instituição esportiva com intenção de rendimento atlético. O esporte passou a determinar o conteúdo da educação física, no qual a relação entre professor e aluno passou a ser um professor “treinador” e aluno “atleta” (SOARES, et al 2009).
O gosto pelas competições e rivalidades desportivas coincide com o momento político em que o patriotismo e a competitividade no mercado de trabalho também ganham corpo dentro do nosso país. Tamanha era a ênfase ao desporto nesse período, que a própria Educação Física era voltada ao treinamento esportivo, sendo trabalhada como uma preparação e um complemento ao treinamento (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994). Desta maneira, o desporto torna-se um paradigma na Educação Física brasileira, constituindo a base de todo o processo de formação profissional na área. É nessa época que se desenvolve a ideia do professor atleta, ou seja, o bom profissional de Educação Física deveria ser aquele que já tivesse praticado a modalidade que ensina e quanto melhor o atleta tivesse sido melhor professor seria