Educar
Nós, os educadores deste país (vou utilizar somente a forma masculina referindo-me tanto aos educadores e como às educadoras, tendo em vista não repetir inúmeras vezes esses dois termos ao longo deste texto), nos confrontamos diariamente com inúmeros desafios, desde os pequenos até os de imensa complexidade e magnitude.
Mais próximos de nós estão os desafios do cotidiano, tais como a sobrevivência, os baixos salários, a violência urbana e rural, condições de escolares inadequadas para o ensino, currículos formais, pressão do vestibular... São inúmeros esses desafios do dia a dia. Além desses, nos confrontamos também com os macro-desafios do presente, tais como o fracasso escolar em larga escala, a sociedade dos meios de comunicação, a globalização, os fenômenos da pósmodernidade, que nos sinalizam a necessidade de encontrar um meio termo adequado entre o coletivo e a singularidade de cada um dos estudantes com os quais nós atuamos.
Os desafios são múltiplos e variados e só poderão ser enfrentados, de forma mais radical, através dos recursos da sociedade civil organizada --- sindicatos, comunidades organizadas, movimentos sociais --- pois que eles necessitam de soluções coletivas. Então, cabe a pergunta: o que nós os educadores podemos fazer frente a todos esses desafios? De um lado, como cidadãos, participar dos movimentos organizados da sociedade, dando força aos procedimentos reivindicatórios por uma sociedade mais justa e equilibrada, mais saudável, usando um termo menos definível, porém que expressa o que sentimos. De outro lado, há um papel nosso como educadores em nossas salas de aulas, assim como em nossas escolas. Um papel insubstituível, que só nós podemos exercer, devido ocuparmos esse lugar de educadores, adultos que estão
1 Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação, FACED/UFBA Para contato: luckesi@terra.com.br
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