eduação infantil
- Eeeeeeeeuuuuuu!!!
- Mas não é o de comer.
- Aahhh...
- É aquele que quando bate faz... Querem ver? - (Toca no aparelho de CD o som do prato de bateria)
- Eu já ouvi, eu já ouvi!
- Eu também!
O diálogo acima, comandado pelo professor de Educação Infantil Fausto José de Gouveia, deu início a uma das atividades de música da Escola Municipal Serraria, em Diadema (SP). Fausto conduzia a turminha de 5 anos com a leitura do livro Conheça a Orquestra (Ann Hayes, Ed. Ática, 18,50 reais). O objetivo era apresentar, além dos instrumentos musicais, noções de agudo e grave por meio da comparação com o som dos bichos. A criançada se divertia enquanto imaginava o rugido do leão e o "pom, pom, pom" do baixo. Com isso aprendia: "Cada animal, um som diferente, assim como os instrumentos". Na seqüência, as crianças ouviram mais histórias, sapatearam, cantaram e brincaram de Escravos de Jó, reunindo canto, ritmo e coordenação motora. Entre versos e rimas, noções de intensidade e pulsação.
Em uma classe perto dali, um pouco mais velhos, os alunos da 1ª série da professora Katia Cassia Santos, da Escola Municipal Anita Malfati, começavam uma nova etapa do aprendizado musical: tocar flauta doce. Dedinho indicador e polegar fechando os primeiros buraquinhos do instrumento, um em cima, outro na parte inferior, todos faziam, de início, a maior algazarra. Aos poucos afinavam a nota.
Música para quê?
Realizar esse tipo de trabalho ajuda a melhorar a sensibilidade das crianças, a capacidade de concentração e a memória, trazendo benefícios ao processo de alfabetização e ao raciocínio matemático. "A música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a escrita e a oral. É como se tornássemos o nosso 'hardware' mais poderoso", explica a pedagoga Maria Lúcia Cruz Suzigan, especialista no ensino de música para crianças. Essas áreas se interligam e se influenciam. Sem música, a chance é desperdiçada. Segundo Maria Lúcia,