Eduardo coutinho
Eduardo Coutinho passou a integrar a equipe do programa Globo Repórter, da TV Globo em 1997. Juntamente com Paulo Gil Soares,João Batista de Andrade e outros. Permaneceu no programa até 1984, sempre teve a liberdade editorial surpreendente para a época e acabou descobrindo sua vocação de documentarista em trabalhos inovadores como Teodorico, o Imperador do Sertão, que falada sobre o líder político nordestino Theodorico Bezerra.
b)Como você identifica que esta influência (reportagem) aparece do ponto de vista da linguagem adotada no documentário Cabra Marcado para Morrer. Ainda sobre linguagem, como você descreveria o documentário sobre Vladimir Herzog sob este aspecto? O filme de Eduardo Coutinho se estrutura através do cruzamento de temporalidades diferentes que se alinhavam, por um lado, pela experiência vivida e traduzida em narração off pelo próprio realizador que conta a sua vivência e intenções, numa espécie de diário pessoal que coloca o espectador em conexão direta com o ponto de vista do diretor. O Documentário faz uso de uma voz over que dá conta de informações de cunho mais objetivo formando um contraponto entre a realidade social e histórica. O realizador se coloca, desde o início do filme, como personagem que participa contando e vivendo sua história não só atrás da camera como também na frente dela. As entrevistas são também um encontro entre o realizador e o entrevistado, se tornando a sensação de fragilidade do momento presente deixa claro que a direção do filme está em jogo à cada momento.
Já em Vlado, 30 anos depois, o filme revela, a partir de depoimentos de familiares e amigos que viveram com ele a história e a amplitude das perseguições daqueles momentos, a trajetória do jornalista, desde sua infância, na Iugoslávia, com a família de origem judaica, fugindo da perseguição nazista. Destacam-se