As obras “Santiago”, de João Moreira Salles, e “Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho, dentro do contexto do documentarismo brasileiro
Morrer, de Eduardo Coutinho, dentro do contexto do documentarismo brasileiro O filme “Cabra Marcado Para Morrer”, de Eduardo Coutinho, é um dos mais importantes da história do documentarismo brasileiro. A obra tem caráter de denúncia e investigação, o que durante muito tempo foi o principal foco da maioria dos trabalhos no gênero e – por muitos leigos considerada como característica inerente ao documentário.
Desde sempre, vários caminhos foram explorados pelos criadores, mas é a partir dos anos 90 que o documentarismo ganha mais espaço e começa a estudar novas experiências e ensaiar novas linguagens. Cada vez mais, existe uma dificuldade em conceituar o documentário, por conta dessa diversidade e pelo apagamento de fronteiras entre linguagens e gêneros.
Cada dia a linha que separa as artes em geral é mais tênue.
Na tentativa de buscar uma definição, João Moreira Salles no texto “A dificuldade do documentário” coloca que uma das principais características que definem o que é uma “não-ficção” é uma espécie de “contrato” que fica estabelecida entre realizador e espectador pelo qual concordam que a obra se trata de um documentário e que o que está sendo apresentado na tela realmente existiu: as pessoas retratadas, o que é dito, o que foi feito.
É uma confirmação, enfim, de que tratam-se de declarações que fazem parte do mundo histórico e não do mundo da imaginação. Essa categorização é firmada muito antes da interpretação do espectador, ela é definida durante a concepção da obra e assim passa a ser tratada pelos
envolvidos em sua produção e difusão. O rótulo ao filme vem muito antes da decodificação de quem o assiste.
Essas características estão presentes e bem definidas em “Santiago”, de João Moreira Salles, e em “Cabra Marcado Para Morrer”, de Eduardo
Coutinho.
Em “Santiago”, Moreira Salles (o autor do texto acima citado) expõe para o espectador seu processo de