Edifício master e a representação do eu na vida cotidiana.
O documentário “Edifício Master”, dirigido por Eduardo Coutinho, nos mostra as singularidades das personalidades de vários dos seus moradores. É no urbanismo de Copacabana que se encontra o prédio “Edifício Master” com os seus 276 apartamentos distribuídos por seus 12 andares.
Utilizando-se de um rotéiro onde foca, através de entrevistas pessoais, como os moradores dos respectivos apartamentos concebem a sua própria personalidade, o diretor constroi as entrevistas inicialmente com um diálogo que tende a encaminha-se a um monólogo, pois o egocentrismo inerente ao
“ser”, também contido nos entrevistados, abarca grande parte das entrevistas.
A cada porta dos apartamentos que se abre, notamos uma nova peça teatral a ser encenada. Os seus personagens criam uma fachada cenário que engloba desde os comodos do apartamento até as paticularidades de determinados objetos. Mas é através do diálogo-monólogo que é criado outro tipo de fachada diretamente ligada ao interior do personágem entrevistado, que ora apresentam-se tímidos, estravagantes, bem sucedidos etc e que, na sua generalidade, o exagero emotivo transborda ao observador; São, por assim dizer, amostras perfeitas de papeis que fazem parte da representação do “eu” no cotidiano da nossa sociedade.
No decorrer das entrevistas, e conforme as mudanças de personagens e ambientes peculiares podemos, no documentário, notar “fachadas” que são construídas por gestos, acessórios, roupas, expressões pessoais e demais particularidades. São elementos utilizados, pelos mesmos, na criação das aparencias que, afinal, são estímulos para delimitação do “Status Social” tanto individual como também dos grupos em que fazem parte.
Por outro lado, se pensarmos que a teatralidade que consta efetivamente no documentário de Eduardo Coutinho representa uma ficção, podemos nós, por assim achar-lo, estarmos equivocados ao posicionarmo-nos distanciados
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