Edgar Morin

Em seu livro, Edgar Morin define como “Cabeça bem- feita” a mente que dispõe mutuamente de “uma aptidão geral para colocar e tratar problemas” e de “princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”.
De acordo com Morin, a educação deve promover essa aptidão e esses princípios, junto do exercício da curiosidade (que é mais ativa na infância e na adolescência) para os problemas fundamentais de nossa época. A atividade crítica, a dúvida, o uso da lógica, da dedução e da indução devem ser desenvolvidos.
Embora o conhecimento abranja, concomitantemente, separação e ligação, análise e síntese, esses aspectos não recebem a mesma importância. Ligação e síntese continuam subdesenvolvidas, pois a separação e a acumulação são privilegiadas, sem ligar os conhecimentos.
Segundo a psicologia cognitiva, o conhecimento progride pela aptidão a integrar os conhecimentos em seu contexto global, assim o desenvolvimento dessa aptidão é imperioso na educação.
As novas ciências como ecologia e cosmologia, são poli ou transdisciplinares tem por objeto um sistema complexo, que forma um todo organizado e rompem o velho dogma reducionista de explicação pelo elementar. Tratam de sistemas complexos onde as partes e o todo produzem e organizam entre si uma complexidade que ultrapassa qualquer sistema.
Porém, enquanto algumas em ciências há avanços e articulação entre várias disciplinas, em outros setores, essa revolução não teve início. Os maiores atrasos são perceptíveis onde ainda existe a redução e a fragmentação dos conhecimentos.
É necessário investir nessa mentalidade articuladora com o propósito de favorecer a inteligência geral e a realização da ligação dos conhecimentos, juntamente com a renovação do espírito da cultura das humanidades.