Ed física
Se pretendermos afirmar o presente e conjugar o Futebol no futuro, quase tudo está por inventar. Está por inventar o jogo que se jogue mais dentro do campo do que nos bastidores. Está por inventar o jogo no qual a rivalidade seja um catalisador do espetáculo e não um instrumento para o ferir de morte. Sobretudo a partir dos anos oitenta, foram desenvolvidas iniciativas importantes com o intuito de sistematizar o conhecimento em Futebol, que se traduziram na realização de congressos, às escalas europeia e mundial, e no aumento da produção bibliográfica. A ciência, sendo uma das formas possíveis de aceder ao conhecimento, apresenta-se como um dispositivo cognitivo de produção de estratégias de sobrevivência (Caraça, 1997) e de afirmação do Homem na sua relação com o envolvimento.
Do saber ao fazer vai um longo caminho, talvez tão longo como do fazer ao saber (Caraça, 1997). Assim, parece claro que todo o progresso da ação beneficia o conhecimento, tal como todo o progresso do conhecimento beneficia a ação (Morin, 1990). Atualmente, o Futebol reclama a especialização de diferentes funções e tarefas - do jogador ao treinador, do médico ao fisioterapeuta, do chefe de departamento ao presidente do clube - pelo que exige, cada vez mais, dos seus intervenientes, competências e conhecimentos em quantidade e qualidade adequadas. O jogo de Futebol decorre da natureza do confronto entre dois sistemas complexos, as equipes, e caracteriza-se pela sucessiva alternância de estados de ordem e desordem, estabilidade e instabilidade, uniformidade e variedade.
A similitude específica do desenrolar de acontecimentos inesperados cria modelos gerais de percepção reconhecíveis, que constituem a experiência