Ed Fisica
Podemos ver nos textos de Huizinga que há uma abertura para atualizar seu pensamento, pois, a partir da segunda metade do século XX até a primeira década do século XXI, vimos uma séria de mudanças nos paradigmas das artes
(como a interação, a performance, os happenings coletivos e o hibridismo entre as linguagens) que permitem pensar tais relações propostas.
Será com roger caillois, seguidor dos estudos de Huizinga, que teremos uma ampliação do raciocínio sobre os jogos e as artes.
2. AS REGRAS DO JOGO, AS REGRAS DA ARTE: OBEDIÊNCIA E SUBVERSÃO
Assim como no jogo, nas artes também encontramos um fator muito importante e que, desde o seu “surgimento”, vieram acompanhadas: as suas regras. No que diz respeito ao jogo, Huizinga ressalta que “todo jogo tem suas regras. São estas que determinam aquilo que ‘vale’ dentro do mundo temporário por ele circunscrito” (1980, p. 12). O mesmo se passa com as artes ao longo de sua história: a lei da frontalidade na Arte Egípcia, as leis da proporção na Arte
Grega, as leis da perspectiva e composição no Renascimento e muitas outras leis que estabeleciam as regras do “jogo artístico”4
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Regras criadas e impostas, sejam elas pelos faraós egípcios, pelos próprios artistas, pelos críticos de arte, pela igreja ou por outras instituições, não são eternas e imutáveis, permanecem vivas e imponentes num determinado período, mas depois sofrem alterações e mudanças. Tanto no jogo como na arte, as regras são subvertidas, o que, muitas vezes, provoca a mudança no destino do “jogo” e o seu resultado. Podem ser alteradas pelo proprio sistema do jogo, por acordo entre jogadores e “organizadores” ou pelos próprios