ecoterra
Carlos Renato Fernandes - carlosrenatofernandes@yahoo.com.br
O aumento acelerado da população mundial, somado à irresponsabilidade no uso desmedido dos recursos naturais, principalmente pelos países mais ricos, constituem uma série ameaça à estabilidade da sociedade em vários países do mundo. Sabemos que o progresso social caminha junto com o crescimento econômico mas o que não podemos mais ignorar é o fato de que a economia e o processo social dependem fundamentalmente dos recursos naturais disponíveis. A população humana já excedeu à capacidade sustentável da Terra desde
1978 e, se os recursos naturais, especialmente a água potável e o solo arável, continuarem a diminuir no ritmo atual, o progresso econômico perderá todo o impulso, forçando um aumento da produção, com prejuízos incalculáveis para a maior parte da nossa flora e fauna.
"Não hesitamos em afirmar, desde já, que o problema do excesso populacional é o mais angustiante de todos quantos temos de enfrentar nos tempos modernos. Trata-se de um fato recente, cuja gravidade permanece ainda camuflada por um obscurantismo profundo, e do qual muito poucos estão conscientes. O excedente da população pode não só comprometer o destino da flora e da fauna selvagem, como também por em causa a sobrevivência de toda humanidade, com tudo aquilo que constitui a civilização e a dignidade do homem."
Jean Dorst (1924-2001)
Durante o século 20 nasceram mais pessoas do que durante toda a história anterior da humanidade. Em 1800, a Terra tinha 1 bilhão de habitantes e em 1900 este número não passava de 1,6 bilhão. No mês de outubro de 1999 a população mundial alcançou os 6 bilhões de habitantes e a cada dia somam-se 200.000 novos nascimentos. Não existe nenhuma espécie de animais terrestres de grande porte que tenha alcançado este número, que é mais apropriado para bactérias do que para primatas. É verdade que houve uma queda da taxa de crescimento demográfico