Etica e Meio ambiente
Heitor De Souza Peretti
Geógrafo, mestre em Eng Civil, servidor do Ministério do Meio Ambiente, junto ao IBAMA, como analista ambiental, no momento, cedido ao município de Santa Maria, como titular da Secretaria de Protecção Ambiental. - heitorperetti@uol.com.br.
É preciso reflectir sobre como se deve educar para a solidariedade, a justiça e a paz.
Em primeiro lugar, porque o ato de educar tem sentido e tem direcção, em função da táctica e da estratégia de quem educa. Em outras palavras, o sentido é a mensagem, a carga ideológica; a direcção é o método de apresentar a mensagem. Ou seja, dependem das intenções, da ideologia, do compromisso de quem educa as informações transmitidas, seus significados. Tudo de acordo com a verdade que interessa difundir, ou, “ensinar”. Assim, a educação nunca é neutra, mas é uma mensagem com cunho ideológico. É um ato político baseado em valores.
Em segundo lugar, porque indicar o caminho para sermos solidários, justos e pacíficos é tarefa difícil até de enunciar-se. E isso se dá porque, afinal, quais são os significados de solidariedade, de justiça e de paz que nos interessam difundir, ou ensinar? Haverá conceitos absolutos para essas palavras, ou seja, independentes da visão de mundo de quem os professa ou é possível que ao enunciá-los esteja o autor ou autora denunciando suas intenções, sua ideologia, sua forma de ver o mundo?
Preliminarmente, é fundamental estarmos de acordo com uma premissa básica: a verdade é substantivo singular. Não há mais de uma verdade acerca de um mesmo fenómeno. Mas há versões diferentes dela. No cenário da luta social, isso é traduzido pela versão que interessa e que serve a maioria ou a minoria.
No caso da educação, aqui entendida no seu sentido amplo, na acepção de informação, de conhecimento, de preparação para a vida, de carga ideológica na formação do carácter individual e de grupo do ser humano, a verdade transmitida e