Economia
08/04/10 07:13 | Jacques Marcovitch - Professor da USP e integrante do Fórum Econômico Mundial
A América Latina, ocupando hoje nova posição na geopolítica mundial, avançou muito no estudo das causas das mudanças do clima, mensuração de seus impactos e medidas a serem implantadas em prol de uma economia de baixo carbono.
Os objetivos já quantificados visam reduzir as emissões projetadas, resguardar a matriz energética limpa e promover transformações setoriais na agricultura, na siderurgia e no transporte, além de evitar o desmatamento.
A agricultura, nestes perigosos tempos de mudança do clima, é o setor que terá a responder ao desafio de alimentar as populações ameaçadas pelo acirramento do temível fenômeno climático.
O mundo precisa duplicar a produção de alimentos até completar-se a primeira metade do século em curso. Projeções de médio prazo, focadas em 2020, mostram crescimento no patamar de 55% da demanda global por grãos. Já se calcula que a meta da superação da fome, fixada pela ONU em 2015, somente será alcançada em 2030.
A América Latina requer não apenas vastas terras agricultáveis, mas uma evolução de tecnologias em seus plantios e colheitas. Isso ampliará mais ainda o papel dos especialistas que atuam na área.
A maior dificuldade está em determinar a relação entre a mudança do clima e o efeito sobre a produtividade agrícola - tarefa que envolve a combinação de ciência agrícola, botânica, genética e economia.
O Fórum Econômico Mundial para a América Latina iniciado nesta semana em Cartagena, avalia o reconhecimento internacional da relevância das florestas tropicais para a segurança climática.
As iniciativas de redução das emissões por desmatamento e devastação florestal foram consideradas e referidas em três dos doze parágrafos do acordo final em Copenhague.
Identifica-se portanto, um enorme potencial de ganhos com mecanismos compensatórios (tipo Redd) para que se evitem as emissões provenientes do