Economia e meio ambiente
Maria Cecília Junqueira Lustosa
Taxa de juros, câmbio, inflação. Necessidade de financiamento do setor externo, competitividade, crescimento econômico. Financiamento da safra agrícola, investimentos externos diretos, gastos públicos. O que será que essas e outras palavras do “economês” têm a ver com o meio ambiente? Certamente, a maioria das pessoas diria nada a ver, mas é justamente o contrário: têm tudo a ver.
A questão ambiental está inserida nas diversas áreas de estudo da economia, uma vez que o meio ambiente é fonte de matérias primas e energia, local de despejo dos rejeitos das atividades produtivas e contribui de maneira significativa para o bem-estar da população. A abundância dos recursos ambientais talvez seja uma das razões pelas quais os economistas não prestaram atenção às questões ambientais em épocas anteriores. Afinal, a economia é por muitos definida como a ciência que aloca recursos escassos para fins alternativos.
Entretanto, nas três últimas décadas, evidenciou-se que os recursos ambientais começaram escassear: o ar puro ficando cada vez mais poluído, a água potável menos disponível, os solos mais degradados, espécies da fauna e flora em extinção acelerada, os minerais cada vez mais difíceis de serem extraídos e a biodiversidade sendo perdida, afastando cada vez mais a possibilidade de descobrirmos os segredos da natureza.
Os danos causados ao meio ambiente de origem antrópica acompanham o ritmo do crescimento econômico. A partir do século XIX, com a intensificação do processo de industrialização e dos sistemas agropecuários, a demanda por recursos naturais e os danos ao meio ambiente tornaram-se crescentes. A constatação de que a capacidade de suporte do planeta estava chegando ao seu limite, seja pela quantidade de poluentes lançados no ambiente ou pela exaustão dos recursos naturais, data do final dos anos 60. A discussão era se deveria ou não desacelerar o ritmo de crescimento econômico em