Economia e Crise
Pode definir-se uma crise como uma mudança brusca de um equilíbrio levando a uma situação envolvendo riscos percecionados significativos. As crises estão invariavelmente associadas a mudanças num sentido negativo na segurança, na política, na economia, na sociedade, no ambiente, na saúde e em muitas outras circunstâncias, resultando quase sempre de processos mais ou menos imprevistos1.
Sendo o termo ‘crise’ utilizado para referir situações tão diversas e envolventes, é evidente que antes de se falar de um tema tão complexo é necessário delimitar os seus contornos sob pena de nos perdermos num turbilhão caótico de ideias sem nexo minimizando a nossa capacidade analítica e, consequentemente, a nossa capacidade de compreender os fenómenos.
Falar da crise, compreenda-se, não é tarefa fácil dadas as múltiplas naturezas, incidências e facetas que o tema pode abarcar (Neves, 2011).
Se, por exemplo, olharmos para o percurso económico mundial da última década vamos certamente identificar muitas situações de crise organizáveis não só em função da sua natureza, mas também em função da geografia da sua incidência.
As crises não tocam, a maioria das vezes, a todos por igual. Algumas que implicam momentos de dificuldade para uns, não deixam de ser momentos de enorme oportunidade e mesmo de prosperidade para outros (Asher, 2010).
As crises do petróleo têm-se caracterizado por serem momentos asfixiantes para os países importadores de petróleo e um oásis para os países exportadores.
A crise recente dos produtos alimentares que também ditou agravamentos consideráveis de preços para uns – os consumidores - não deixou de