Resumo economia das crises
Capítulo 1 e 2.
CAP 1. O cisne-branco
Talvez tenha sido a súbita mania de negociar imóveis com elevado giro, quando especuladores principiantes compraram e venderam lotes de terra como se fossem ações na bolsa, pode ter ocasionado o início deste chamado boom econômico. As pessoas eram incentivadas a apostarem suas economias na Wall Street, impulsionadas por uma suposta economia baseada nas novas tecnologias e novas indústrias. As inovações e as experiências financeiras eram bem recebidas por suas extraordinárias contribuições para o crescimento econômico; novos tipos de empresas financeiras surgiram para negociar títulos que investidores inexperientes pouco compreendiam, e extensas linhas de créditos foram oferecidas a milhões de tomadores de empréstimos. Num dado momento, o boom tornou-se uma bolha. Dos grandes bancos ao consumidor comum, assumia dívidas ao máximo de suas possibilidades, apostando na crena duvidosa, mas fascinante, de que os preços só iriam subir. Então o crash chegou, instituições financeiras deslizavam em direção ao abismo, firmas tradicionais faliram da noite para o dia. As linhas de crédito sumiram e a elaborada máquina de empréstimos do sistema financeiro estacou, deixando empresas sólidas a brigar por recursos para refinanciar suas dívidas, montanhas de hipotecas eram executadas, empresas faliam e os consumidores paravam de gastar. O desemprego aumentou, a produção industrial despencou e os preços declinantes levantaram o espectro da deflação. Era o fim de uma era. O que está sendo escrito apesar de parecer com a crise imobiliária de 2008 nos Estados Unidos, se trata de um evento ocorrido há quase oitenta anos, às vésperas da Grande Depressão. Muitas das características desses dois eventos – a euforia irracional, as pirâmides de alavancagem, as inovações financeiras, as bolhas de ativos, o pânico, as corridas aos bancos e a outras instituições financeiras – são comuns a inúmeros