Economia solidaria
CAPITALISTA?
Área Temática:
Capitalismo Contemporâneo, Socialismo e Economia Solidária
Marlene Grade
UFRR – Prof. Dpto. Economia mcmarlene@uol.com.br Resumo:
Os homens produtores diretos hoje não encontram mais possibilidades de se reproduzir como força produtiva ao capital, desvalorizam-se; impossibilidade de retorno a estágios anteriores; imensa massa de riqueza confr onta-se com os produtores diretos. Para superar essas contradições os homens lutam. Essas lutas tem se evidenciado como Economia Solidária. Expressam singularmente os limites à reprodução dos homens pelo capital. O espaço em construção é o espaço da transitoriedade que encontra na solidariedade seu novo nexo. Apresenta-se o ato teleológico do capital, com conteúdo modificado, como característica singular que permite aos homens desvalorizados lutarem conscientemente por uma outra sociedade. Palavras-chave: economia solidária; transitoriedade; ato teleológico, solidariedade.
Introdução
Em todas as sociedades o homem tem de se produzir e o faz atuando nas condições que encontra à sua disposição, legadas pelas gerações que o precederam, ao atuar nelas, as modifica ou as perpetua. Na sociedade burguesa, a produção material da vida, as condições dadas estão determinadas pelo capital que produz relações sociais que lhe são condizentes. O grau de seu desenvolvimento historicamente determinado é nosso ponto de partida, assim como para Marx (2004,
p.80),
nós partimos de um fato nacional-econômico, presente. O trabalhador se torna tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tão ma is barata quanto mais mercadorias cria. Com a valorização do mundo das coisas (
Sachenwelt
) aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens
(Menschenwelt). O trabalho n ão produz somente mercadorias; ele produz a si mesmo e ao trab alhador