Economia política

INSTITUTO DE ECONOMIA DA UFRJ
ECONOMIA POLÍTICA II - 2012.2 - Correção das questões primeira lista de exercícios.
Questão 1.
A produção capitalista tem como especificidade ser uma unidade de dois processos, o de trabalho e o de valorização. Marx diferencia, portanto, o processo técnico-material de produção com que o homem transforma a natureza, que existe em toda forma de sociedade humana (trans-histórico), da forma social específica adquirida pela produção social (histórico) no capitalismo, enquanto um trabalho que gera valor.
Fica evidente, assim, que a potência de gerar valor é potência que o trabalho pode assumir sob determinada forma de organização social particular, não sendo uma característica comum, intrínseca a todas as formas de trabalho ao longo da história.
O fato de, no modo de produção capitalista, o processo de produção - que é processo de produção de mercadorias - ser a unidade imediata dos processos de trabalho e de valorização, que esses dois aspectos do processo produtivo apareçam imediatamente unidos, levou a
Economia Política Clássica a supor que não possa existir outro processo de trabalho que não o que se desenvolve sob o signo do capital.
(ATENÇÃO! Não se tratam de dois processos apartados, separáveis. O processo de produção capitalista é, ao mesmo tempo, estes dois processos. São aspectos diferentes da mesma coisa, um em sua determinação natural e outro em sua determinação social)
O processo produtivo é processo historicamente determinado, isto é, enquanto processo capitalista, tem tal natureza que os meios produtivos, como valores, não são mais meios, porém fins.
É o excedente ao final do processo produtivo que orienta a produção, que dita sua lógica.
Ao contrário dos modos de produção anteriores à E.M.C., no capitalismo o excedente é fim em si mesmo (D-M-D'). O trabalho, portanto, é que passa a ser meio para a valorização do capital, para o incremento de seu valor inicial. Os meios de produção enquanto portadores