Economia para engenheiros
Diante da integração na ordem financeira internacional vigente, a acumulação de reservas como uma forma de autoproteção contra crises financeiras tem se tornado uma prática importante e cada vez mais comum nos países em desenvolvimento. Em 20 de junho de 2012, o Brasil atingiu US$ 373.695 bilhões de reservas acumuladas1. Diante desse enorme montante, é indispensável discutir e entender, em primeiro lugar, por que essa acumulação expressiva tem sido adotada como uma política e, depois, se existem alternativas a serem exploradas com vistas à diminuição dos seus altos custos e do próprio montante de acumulação de reservas.
Antes da chamada era da globalização, a ordem mundial existente era a do sistema de Bretton Woods, do padrão ouro-dólar, a qual, estabelecida no final da Segunda Guerra Mundial, consolidou a posição dos Estados Unidos como o novo centro hegemônico mundial. Suas medidas determinavam a manutenção de taxas de câmbio fixas em relação ao dólar e, para isso, em resposta ao aumento da mobilidade de capitais, foi prevista a adoção de controles de capital, criando-se o Fundo Monetário Internacional (FMI) como fornecedor de empréstimos de liquidez.
1. A importância da acumulação de reservas internacionais
1.1 Nos países em desenvolvimento
A acumulação de reservas internacionais tem um papel fundamental em todas as economias, especialmente nas possuidoras de moedas não conversíveis, como é o caso dos países em desenvolvimento. Alguns de seus principais papéis são: absorver choques econômicos moderados, estabilizando a oferta monetária e diminuindo a oscilação dos preços; suavizar o comportamento das taxas de câmbio flutuantes, que diminui a especulação e facilita a organização da economia; dar liberdade de ação ao governo a fim de evitar efeitos-contágio danosos, como o da taxa de câmbio no balanço dos emprestadores em moeda estrangeira; enfrentar pressões que poderiam gerar crises financeiras e, caso esta ocorra, diminuir sua