ECONOMIA INFLACAO
I – INFLAÇÃO
1. Introdução
A Inflação tem sido um dos temas mais discutidos dentro das análises sobre a economia brasileira. Ao longo das últimas décadas, o Brasil viveu as mais diferentes experiências inflacionárias: desde o programa bem-sucedido de combate à inflação do Governo Castelo Branco (1964 – 1967) até o Plano Real (1994), o país passou por seis programas fracassados de estabilização (Cruzado I, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor I, Collor II), assistiu a um processo crescente de indexação e esteve à beira da hiperinflação, no final do governo Sarney (março/1990).
A inflação é entendida como um processo de aumento contínuo e generalizado nos níveis de preços. Dentro desse conceito, é importante destacar que a inflação:
a) é um processo e não um fato isolado;
b) envolve aumentos contínuos e não esporádicos de preços; e
c) aumentos generalizados de preços e não isolados.
2 - Tipos de Inflação
Podem-se identificar três tipos básicos de inflação: demanda, custos e inercial.
2.1 - Inflação de Demanda
Como o próprio nome diz, a inflação de demanda é causada por um excesso de procura em relação à oferta disponível. Entre os fatores que podem causar pressão de demanda na economia, cabe destacar:
a) aumento de renda disponível, o que pode ocorrer por meio de aumentos reais de salários, efeito-riqueza, ou mesmo redução de carga tributária, por exemplo: menor IRRF; um exemplo do primeiro caso (aumentos reais de salários) é encontrado no Plano Cruzado, em 1986, quando ficou estabelecido que os salários seriam definidos pela média real dos últimos seis meses, mais um aumento de 8%; o efeito riqueza esteve presente nos meses que se seguiram à implantação do Plano Verão (1989), pelos significativos rendimentos gerados pelas aplicações financeiras ; e por fim, a elevação da renda disponível por redução do Imposto de Renda na fonte ocorreu em janeiro de 1986 (véspera do Plano Cruzado) e em janeiro de 1989