Economia brasileira
Um possível agravamento da crise na Europa significará grandes perdas para o mercado financeiro, com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencando, por exemplo. A má notícia, entretanto, poderá se transformar em algumas boas novas para a população em geral. Uma nova onda de pânico nos mercados deverá representar juros ainda mais baixos e estímulo ao consumo, assim como ocorreu em 2008, quando o problema partiu dos Estados Unidos.
Vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira explica que o governo poderá diminuir ainda mais a taxa básica de juros, a Selic, e, consequentemente, forçar uma redução dos juros cobrados atualmente no mercado:
— Com a queda das taxas, é melhor para as empresas investirem na produção do que deixar o dinheiro aplicado. No caso do consumidor, os juros mais baixos estimulam os compras.
O economista Marco Aurélio Cabral, do Ibmec, diz que o Brasil está até bem para encarar a crise, porque há espaço para crescer.
— Vai ser um bom momento para o país realizar obras necessárias, como de saneamento básico e de mobilidade urbana, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento — afirmou Cabral, que acredita que o governo poderá adotar também isenção de tributos para estimular a indústria, como já ocorre na redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para automóveis.
A enquete bimestral do site Radar Industrial ( WWW.radarindustrial.com.br) lançou a pergunta: A crise européia tem reflexo na indústria brasileira?. Entre seus respondentes 66,67% assinalaram a alternativa “Sim. O mercado está mais receoso” e 33,33% “Não. A economia brasileira está estável e não será afetada”. Portanto, contata-se que os empresários estão cautelosos quanto a situação econômica atual. Porém, é preciso entender um pouco o cenário desta crise e qual o papel do nosso País nesta conjuntura. A Europa vivencia hoje uma crise econômica coletiva, resultante da interdependência crescente entre os países do bloco,