ecologia organizacional
Introdução
O verbete Ecologia, enquanto “parte da biologia que estuda as relações entre seres vivos e o meio ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências” (FERREIRA, 1999), já é amplamente conhecido e debatido pela sociedade e em trabalhos acadêmicos desde a pré-escola até as especializações nas instituições educacionais. Entretanto, a Ecologia Organizacional – que tem como base algumas leis da ecologia ambiental – está inserida no contexto das Teorias da Administração e ainda é pouco explorada, permeada de conceitos imprecisos e questões nebulosas. Ela se refere à aplicação do darwinismo na administração organizacional, mas não remete somente à questão da preservação ambiental em consonância com as preocupações das organizações modernas. Contrapondo-se à Teoria Contingencial, a Ecologia Organizacional põe em dúvida o fato de a organização ser ou não tão flexível na adaptação ao ambiente. O assunto desperta interesse e merece atenção, pois discute o quanto "o ambiente tem uma preponderância maior na seleção daquelas organizações que são mais aptas a sobreviver" (MOTTA, 2001). Assim, a Teoria emerge como tentativa de resposta às indagações de seu tempo e o esforço de compreendê-la constitui, seguramente, ganhos em crítica e avanços na consideração de variáveis próprias à análise organizacional.
Contextualização da Ecologia Organizacional
A ciência administrativa resulta de um processo histórico de desenvolvimento da humanidade, em sua tentativa de se organizar social e produtivamente. Reflete, portanto, fenômenos históricos, sociais, culturais e econômicos de cada época. Embora a administração sempre tenha existido como atividade não estruturada, foi somente a partir do final do século XVIII – quando o desenvolvimento das máquinas mudou a relação do homem com a natureza (MOTTA, 2001, p.3), com enorme impacto sobre a forma de pensar da sociedade – que a Teoria da Administração