Ecofeminismo
A reciclagem não vai salvar o mundo, o controlo da natalidade não vai salvar o mundo, e salvar o pouco que resta da floresta virgem não vai salvar o mundo. Mesmo que todas essas coisas positivas fossem totalmente concretizadas, o nosso problema fundamental permaneceria e seria inevitavelmente repetido. [1]
You can´t solve problems with the some mindset that have created them. [2]
Introdução
As ecofeministas estabeleceram a relação entre o «domínio sobre as mulheres», que prevalece nas sociedades patriarcais, e o «domínio sobre a natureza», moldado desde o século XVI pela «ordem científica hegemónica».
O paradigma científico dominante significa a total separação entre natureza e ser humano. O desvendamento dos mistérios da natureza não é contemplativo, mas antes activo, já que visa conhecer a natureza para a dominar e controlar.[3]
No modelo de desenvolvimento ocidental, moldado desde o século XVI pela revolução científica iluminista, é dominante a noção de que a cultura é superior à natureza que visa «dominar e civilizar». Este modelo de desenvolvimento incrementou-se numa sociedade do tipo patriarcal que considera o homem superior à mulher. Os distintos contextos históricos revestem estas noções de características específicas e sempre em mutação, não obstante destes factores temporais e espaciais, a cultura foi associada ao masculino, o elemento racional, e a natureza ao feminino, o caos. A construção das identidades faz-se de forma uniformizadora, dualista e hierárquica; ao homem é atribuído o papel de sujeito activo e à mulher o de objecto passivo.
Numa sociedade do tipo patriarcal, as funções e a noção de identidade de cada um dos sexos define-se de forma distinta e oposta. As posições de poder, privilégios e autoridade pertencem aos elementos masculinos, tanto a nível familiar como ao nível mais lato da sociedade. A