Ecletismo
O ecletismo apresenta-se como um sistema afim, embora imensamente inferior ao ceticismo. Também o ecletismo, como o ceticismo, substitui ao critério da verdade o da verossimilhança, embora acriticamente.
O pragmatismo eclético foi, enfim, favorecido pelo contato do pensamento grego com a romanidade dominante, inteiramente voltada para a prática e para a ação, cuja grande obra, portanto será não a filosofia, e sim o jus.
Contém muito menos elementos céticos e epicuristas, dada a natureza crítica do ceticismo, e a coerência materialista do epicurismo. Temos precisamente, em ordem cronológica, um ecletismo estóico, depois acadêmico e, enfim, peripatético, segundo os elementos de uma ou de outra escola na síntese prática do próprio ecletismo.
Tomando este termo em sentido amplo, podemos encontrar algumas noções comuns a todos os pensadores denominados ecléticos. Em primeiro lugar, a oposição deste pensamento às noções de caráter dogmático (ver Dogmáticos), na busca de possibilidades consensuais e conciliatórias. . Em segundo lugar, a busca efetuada por estes pensadores, no sentido de encontrar um critério de verdade que permita justificar as próprias posições, bem como eleger, entre as várias correntes de pensamento, as noções que se apresentem em conformidade com este critério. Neste sentido, o ecletismo pode ser diferenciado do sincretismo (ver), este entendido como mera fusão de elementos discordantes, uma vez que aquele pretende possuir um princípio desde o qual pode harmonizar teorias aparentemente diversas.
Podemos constatar a presença do ecletismo em vários períodos da história da filosofia.
Os primórdios do pensamento cristão foram também marcados por forte assimilação do pensamento grego. Neste sentido, podemos citar São Clemente e Santo Agostinho como filósofos de tendência eclética. A filosofia renascentista igualmente pode ser considerada eclética, especialmente nos autores que, de alguma forma, intentaram conciliar as principais escolas