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Considerações finais
A forma familiar de produção agropecuária esteve presente no Brasil desde o início do seu processo de formação, na época colonial, apesar de não receber nenhum incentivo por parte do governo, e pelo contrário, ser historicamente injustiçada por uma política que privilegia escandalosamente a grande produção.
Dessa maneira, apesar de todas as barreiras e imposições, os trabalhadores familiares no Brasil resistiram, mesmo estando sempre em posição secundária no processo produtivo e subordinado à grande propriedade, devido à injusta concentração fundiária brasileira. É importante salientar que, durante o período colonial, a produção familiar, mesmo que ocupando um lugar subalterno na sociedade brasileira, teve uma grande importância para o Brasil naquela época, pois, enquanto as grandes propriedades estavam preocupadas em produzir açúcar para o mercado internacional, os produtores familiares produziam os produtos alimentícios (feijão, mandioca, milho, etc.) necessários à alimentação da população.
O Brasil é hoje um dos maiores países em dimensão territorial do mundo, no entanto, possui milhares de agricultores sem terra e/ou com pouca terra (menos de 20 ha). Essa contradição se explica pela extrema concentração fundiária e desigualdade social que há no país, e que foi ampliada com a “modernização conservadora” a partir da década de 1960, onde tem proprietários que chega a ter, muitas vezes de forma ilícita, através da grilagem, mais de 20 mil hectares de terras. Essa desigualdade na posse da terra é histórica e remonta ao período colonial.
Essa concentração fundiária exclui da produção agropecuária milhares de famílias que hoje se encontram nas periferias das cidades, desempregadas que, possuem apenas o desejo de ter a oportunidade de ter o acesso a terra e melhorar sua condição de vida.
Dessa maneira, ainda hoje a reforma agrária se faz necessária, principalmente por motivo social, para incluir milhares de famílias que