Déficit de professores na rede pública brasileira e a busca de soluções que amenizem as consequências para a sociedade
Soraya Camata Cevolani Busato*
É preocupante a atual situação das escolas públicas brasileiras no que diz respeito ao grande déficit de professores, principalmente no ensino médio. Esse déficit existe em todas as matérias, apesar de haver maior incidência nas disciplinas de ciências exatas e biológicas. As áreas mais críticas são física, química e matemática. Segundo o MEC, física é a disciplina com maior falta de profissionais qualificados do país. Somente 7000 professores dessa área se formaram entre 2001 e 2008. Segundo estimativa da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, o déficit de professores nas redes estaduais e municipais é de 300 mil profissionais, o que corresponde 15% do total de educadores em salas de aula. Essa falta de professores alcança o âmbito nacional, não sendo mais restrita apenas aos grandes centros urbanos. Atinge igualmente cidades de menor porte e interioranas. Deve-se pensar em formas de reversão desse quadro, uma vez que causa grande prejuízo à formação dos alunos.
A realidade é que estudantes saem das séries terminais, 9º ano e 3º ano do ensino médio, com déficits em várias matérias. No momento crucial de suas vidas, jovens às vésperas de prestar o ENEM e o vestibular ficam desamparados, sem base, em consequência da falta de professores. A insuficiência de profissionais formados em determinadas áreas força escolas a tomarem medidas paliativas e contratarem professores de outras matérias para lecionarem nas disciplinas deficitárias. Isso é grave, uma vez que não se tem controle sobre o que é ministrado em sala de aula. Os maiores prejudicados são os alunos, que para não ficarem sem professores tem aulas com profissionais que não são formados nas matérias que lecionam.
A fuga dos professores na rede pública tem razões claras: salário baixo, más condições de trabalho, falta de incentivo e de