Dunha
ESTIGMA E DOENÇA
Introdução
O estigma é uma relação entre um atributo da pessoa e um estereótipo negativo e acaba sendo visto como algo que a define mais do que um rótulo a ela aplicado. Historicamente, o termo estigma foi criado pelos gregos “para se referirem a sinais corporais com os quais se procurava evidenciar alguma coisa de extraordinário ou mal sobre o status moral de quem a apresentava”. Antigamente as pessoas estigmatizadas eram marcadas e deveriam ser evitadas em lugares públicos. Na Era Cristã foram acrescentados dois níveis de metáfora ao termo: o primeiro deles referia-se a sinais corporais de graça divina que tomavam a forma de flores em erupção sobre a pele; o segundo uma alusão médica a essa alusão religiosa, referia-se a sinais corporais de distúrbio físico. Atualmente o termo estigma é usado de uma maneira quase que semelhante ao original, porém é mais aplicado a própria enfermidade da pessoa do que à sua evidência corporal. O estigma relacionado às doenças mentais está associado ao grande desconhecimento apresentado pelas pessoas a estas doenças, gerando uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Assim, o estigma relacionado às doenças mentais, além de associar-se a uma visão estereotipada de imprevisibilidade e violência, associa-se também à negação de direitos humanos dos portadores, frequentemente contribui para sua exclusão social e os coloca em posição de desvantagem quanto à busca de emprego, moradia, estudo, direitos previdenciários e mesmo acesso a tratamento, e produz autoestigma e baixa autoestima, contribuindo para pior qualidade de vida. O estigma é gerado pela desinformação e pelo preconceito e cria um círculo vicioso de discriminação e exclusão social, que perpetuam a desinformação e o preconceito. As consequências para as pessoas que sofrem o estigma são muito sérias. O estigma e a