DUBY, Georges. Economia rural e vida no campo no Ocidente medieval.
Departamento de história
Curso: História medieval II
Texto base: DUBY, Georges. Economia rural e vida no campo no Ocidente medieval. Vol.
II. Lisboa: Edições 70, 1988.
Cap. II Senhores e camponeses nos séculos XI e XII
1 – O senhorio agrário
Quanto às relações de produção entre os séculos XI e XII, considera-se importante explicitar a escassez de fontes; isso representa um importante obstáculo à compreensão da história do senhorio agrário. As fontes escritas são raras, na verdade, a análise de Georges
Duby foi realizada, em grande parte, com base nos inventários da época carolíngia, mas não se pode estabelecer uma evolução, uma vez que há poucas fontes para os séculos seguintes.
Do ponto de vista das fontes estudadas, destacou que as inquirições e os inventários realizados por instituições religiosas, preocupadas, de vez em quando, em determinar uma lista dos rendeiros e fazer um levantamento dos serviços prestados, constituem as fontes mais
“completas” para esse tipo de investigação. Elas possibilitam demonstrar as tendências da economia senhorial1.
Após apresentar seus objetivos e as principais fontes, inicia o seu estudo por meio da caracterização da extensão do domínio. Há consenso entre os medievalistas sobre o fato de que o domínio tenha sofrido uma diminuição em seu tamanho. Ao comparar a sua extensão, no século X, com a dos séculos XI e XII, percebeu-se uma tendência de diminuição pouco a pouco. Isso pode ser explicado pelas sucessivas divisões, uma vez que os lotes eram divididos em outros menores, os quais eram confiados a pequenos exploradores. Em um primeiro momento, os lotes pequenos eram concedidos temporariamente, mas, com o passar do tempo,
1
Cf. DUBY, Georges. Economia rural e vida no campo no Ocidente medieval. Vol. II. Lisboa: Edições 70,
1988, pp. 45-46.
os mesmos foram transformados em definitivos. Aquele que recebia a terra “tinha de a trabalhar „segundo o direito dos rendeiros de