Drogas e suas consequências na adolescência
Há um novo perfil de paciente que está chegando aos consultórios dos infectologistas: jovens que embalados por álcool e drogas, deixam a camisinha de lado e se contaminam com o HIV. Atualmente está havendo um aumento considerável dos casos de crianças e adolescentes com AIDS, sendo que, muitos deles fazem parte dos sistemas de adoção. A maioria dessas crianças entra nesses programas em decorrência do abuso de drogas, ou são vítimas de abuso sexual, violência, ou abandono. Alguns desses fatores aumentam as chances de infecção pelo HIV. Alguns adolescentes impressionam pelo descaso com o sexo seguro, e pelo modo sem preocupações como enfrentem o HIV: “Sempre soube da importância da camisinha. Minha mãe insistia para que eu nunca saísse de casa sem ela. Certa vez, na escola, uma professora demonstrou como usar um preservativo. Achei patético. Aquilo não era para mim. No fundo, achava que aids era coisa de gay. Aos 16 anos, no inicio da minha vida sexual, eu até usava camisinha, com medo de engravidar as meninas. Depois, desencanei por causa da bebida. Sob efeito de cerveja e uísque, aí é que a camisinha não saia mesmo do meu bolso. Meus amigos também agem assim. Há três semanas descobri que tenho o vírus HIV. É óbvio que eu tomei um susto. Daqui a uns dias vou começar a tomar o coquetel contra aids. Sei que terei uma vida normal”. Ele não é exceção, rapazes e moças como ele se tornam figuras freqüentes nos consultórios dos grandes infectologistas. Jovens com menos de 25 anos, contaminados pelo vírus da aids em baladas regadas a muito álcool e drogas. Médicos dizem que em anos de profissão nunca viram tanto descaso pela proteção sexual. Isso é provocado pelo abuso de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes. Oficialmente, a ocorrência de aids entre os jovens de 13 a 24 anos se mantém estável nos últimos anos. Eles representam 10% do total de infectados no país a cada ano, o equivalente a 3 000 casos. É preciso