Drenagem urbana
A drenagem pluvial foi assim tratada como uma prática acessória até meados do século XIX, quando as capitais europeias já formavam grandes aglomerados humanos. As mudanças ocorridas no tratamento da drenagem pluvial na segunda metade do século XIX, tiveram, entretanto, seu germe no século XVIII, quando constata-se na Itália que as águas de banhados e zonas alagadiças influenciavam na mortalidade pessoas e animais. Isto foi rapidamente levado em consideração na Inglaterra e na Alemanha e mais tarde na França, e desencadeia-se um processo de extinção de banhados como medida de saúde pública. Também deu-se ordens para aterrar ou cobrir as fossas receptoras de esgoto cloacal, e substituí-las por canalizações enterradas (Desbordes, 1987). Assim as redes de esgotos deveriam evacuar as águas contaminadas, o mais rapidamente possível, e para mais longe dos locais de sua produção. Nascia a idéia de livrar-se da água nas cidades, seja ela de origem pluvial ou cloacal. Ou seja, nascia o conceito sanitarista-higienista.
Curiosamente então a drenagem pluvial como ação pública não evoluiu em decorrência da modernização de práticas de engenharia em busca do conforto, mas sim de uma recomendação de profilaxia médica. Evidentemente coube aos engenheiros e urbanistas a tarefa de materializá-la em obras e integrá-las ao espaço urbano,
O conceito higienista não demorou a chegar ao Brasil como testemunham as primeiras redes enterradas de esgoto sanitário implantadas em 1864 no Rio de Janeiro, mas ele somente seria aplicado mais decididamente após a proclamação da República em 1889 (Melo Franco, 1968)
O sistema de drenagem se resume em conjunto de infraestrutura existente na superfície das cidades para realizar o transporte, a coleta e o lançamento final das aguas superficiais. Inclui também a hidrologia e os talvegues.
Esse conjunto de medidas em série, tem como intuito minimizar os ricos a que a população estão expostos em relação às contaminações,